Por Felipe Joseh
A novela Cordel Encantado, exibida pela Rede Globo de Televisão, despertou a curiosidade da população brasileira pelo cordel, uma manifestação artística de grande representatividade no cenário cultural nordestino e brasileiro. Você sabe com exatidão de onde vem o cordel do jeito que conhecemos e admiramos?
Pra quem pensa que o cordel é um estilo literário tipicamente nordestino e com suas origens fixadas na nossa região está muito enganado. A literatura de cordel é mais antiga do que imaginamos, e, de acordo com pesquisadores, tem suas origens lá na antiguidade, durante o império greco-romano, passando pelos fenícios, cartagineses, saxões, até se popularizar na península ibérica (Portugal e Espanha), de onde vem a maior parte das nossas raízes linguísticas.
O estilo da forma que conhecemos vem de Portugal, e chegou ao Brasil junto com a vinda dos colonizadores durante o século XVI, tendo a Bahia, mais precisamente Salvador, como sua morada inicial. Partindo da capital nacional durante aquela época, o cordel se popularizou e se desenvolveu no nordeste, alcançando várias outras regiões, que originaram os estados assim como conhecemos hoje. E por que no nordeste? Simples. Nossa região foi o primeiro ponto nacional de mistura e convergência de diversas culturas, originando uma variedade artístico-literária muito interessante. Naturalmente, a região nordeste é o berço de um estilo literário com traços tão diversificados.
É datado de por volta de 1750 os primeiros repentes de cordel oral, só depois de alguns anos sem o reconhecimento merecido o cordel ganhou a fama de poesia popular, tendo como o improviso, sua mais fiel e peculiar característica. Algum tempo depois, o cordel também conquistou a produção escrita, tendo como percussoras, em sua maioria, pessoas ainda desconhecidas que, infelizmente, não tiveram trabalho reconhecido com o passar do tempo, pois os registros ainda são muito vagos e não possuem precisão.
Atribui-se a Leandro Gomes de Barros, um dos primeiros registros de cordel escrito no Brasil, autor da famosa “Peleja de Manoel Riachão com o Diabo”, um marco para a produção cordelista nacional. Visitem: http://www.ablc.com.br/