sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Brega:estilo ou gênero?

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Nordeste. O berço da cultura brega no Brasil. É aqui que esse “estilo musical”, se é que podemos dizer assim, cresce e se renova. A nossa região, terra de lendas do calibre de Reginaldo Rossi, Falcão e Gilliard, até hoje é famosa por dar ao cenário musical brasileiro os principais nomes desse irreverente estilo.
É nesse ponto onde se cria uma discussão: o brega é um estilo ou uma variação de outros estilos? Pois bem. Vamos às respostas. Na maioria dos casos, o brega é definido como um estilo, um ritmo típico. Entretanto, no Brasil, temos diversos grupos musicais que podem muito bem serem descritos como em outros estilos, mas que por alguma questão (na maioria das vezes mercadológica) se auto-definem como bandas de brega.
Quem não lembra da banda de rock Mamonas Assassinas, com seu meteórico sucesso na década de 1990? O grupo da cidade de Garulhos variava desde o heavy metal até o forró, porém, muitos críticos musicais definem os meninos como um grupo de brega. Mas qual a semelhança musical entre Mamonas Assassinas e Reginaldo Rossi? Provavelmente nenhuma. Alguns tentarão relacionar, então, o grupo com o “estilo” do cantor Falcão, devido às roupas extravagantes. Mas musicalmente, não existe semelhança alguma.
O brega está longe de ser um estilo. Ele está muito mais ligado ao gênero, há algo que pode ser explorado com diversos estilos, daí a versatilidade dos músicos da banda goiana Pedra Letícia, que viaja do rock’n’roll dos Beatles até ao próprio Reginaldo Rossi. O brega é, antes de qualquer coisa, uma variação, uma ferramenta para os mais diversos estilos musicais, e isso faz o seu sucesso na região do Brasil onde mais existe a versatilidade.


Por Arthur Barbalho