No meio de inúmeras manifestações acontecendo no Brasil, Natal tem diversos protestos acontecendo desde o ano de 2011, quando surgiu o “Fora Micarla”. Foi um grupo de pessoas - cuja maioria era estudante - que queria a investigação dos contratos superfaturados da gestão da então prefeita Micarla de Sousa. Além disso, a gestora possuía um alto índice de rejeição.
O “Fora Micarla” foi repercutido pelos jornais de grande porte fora da capital potiguar, uma vez que os manifestantes conseguiram invadir a Câmara Municipal de Natal (CMN). Eles ficaram acampados lá por dias.
Movimento foi um reforço para uma futura manifestação que ainda estava para aparecer: “A Revolta do Busão”, que iniciou em agosto de 2012. O estopim para o protesto aconteceu quando a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) anunciou um aumento de 20 centavos na passagem do transporte público, no qual saltou de R$ 2,20 para R$ 2,40.
A principal reivindicação seria a diminuição da passagem pelo preço antigo, que já foi atendida. A tarifa voltou a custar R$ 2,20 desde domingo (23).
Eles também solicitam o passe livre para estudantes e desempregados. Quer dizer, não precisariam pagar para utilizar o transporte público. Outras reivindicações são o fim da dupla função de motorista e cobrador e a renovação dos ônibus.
O que o “Fora Micarla” e “Revolta do Busão” têm em comum? Ambas foram criadas a partir de combinações entre pessoas pelas mídias sociais, são movimentos horizontais (não têm líder político), plural (possuem pessoas com diversos pensamentos, apesar de seguir conceitos socialistas) e têm uma autogestão, no qual várias pessoas se reúnem para saber o futuro da organização política.
“Isso surgiu a partir da insatisfação das pessoas”, disse Mariano Guedes, um dos representantes da “Revolta
do Busão”, que vai ser o entrevistado do programa Xeque Mate da próxima sexta-feira (28). Ele e o outro representante, Tiago Aguiar, vão falar sobre mídia, plenária, organização do movimento, polícia e diversos outros assuntos.
“O movimento surge pela vontade e desejo de mudança”, afirma Tiago Aguiar durante o programa.
Ao ser questionado se o “Fora Micarla” ajudou na criação da “Revolta do Busão”, os meninos afirmaram que há ligação. “Nós estamos, hoje, numa realidade em que recebemos e transmitimos a informação juntos.
A forma de fazer política também mudou, com a expansão da internet”, comenta Tiago Aguiar.
Já Mariano Guedes afirma que mesmo com os avanços na internet, ainda são necessárias as manifestações pelas ruas.
Sobre a mídia, eles criticaram a abordagem de algumas emissoras e empresas de comunicações, uma vez que os manifestantes foram rotulados como criminosos. “A grande mídia rechaçou os manifestantes no dia 06 de julho, nós fomos criminalizados. Agora a cobertura midiática é diferente”, disse Mariano.
“A mídia não tem aquele poder de antes, porque hoje qualquer pessoa pode ser mídia e produzir informação. O público em geral percebeu que aquele tipo de cobertura não é imparcial”, comenta Tiago.
Apesar das críticas, eles não querem descumprir o papel que alguns meios de comunicação estão realizando.
Sobre a Polícia Militar e as ações que estão fazendo em relação às manifestações, os representantes disseram que abomina a repressão truculenta e que o papel da instituição precisa ser revisto.
Outros assuntos que serão abordados são a infiltração de pessoas dentro dos protestos, papel da polícia, surgimento de diversas manifestações, as inúmeras reivindicações feitas pela população brasileira e entre outros.
Programa Xeque Mate vai ao ar às 20 horas, na TVU. Canal 5 (UHF) e 17 (Cabo Telecom).