O Ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, em visita a Natal, para cumprir compromissos assumidos em referência à competência de seu ministério especial dos direitos humanos, passou em nosso programa para ser indagado sobre sua gestão, nossa situação no tocante ao assunto que norteia o ministério e como andam os debates, as conferências e as políticas que pairam sobre os direitos humanos no mundo.
Logo de início o ministro mostrou-se conhecedor da história social brasileira e dos movimentos que marcaram no caminhar do desenvolvimento do nosso País. Estudioso reconhecido, citou um político norte-riograndense que fez parte do crescimento do nosso estado, Djalma Maranhão, e seu famoso programa educacional “De pés descalços também se aprende a ler”, para argumentar em questionamento feito por um de nossos entrevistados. Além, é claro, de explanar fundamentalmente sobre a história do desenvolvimento dos direitos humanos no Brasil.
Tocou em feridas sociais ainda abertas por conta de violência sofrida por minorias no País, como a questão histórica da opressão sobre o índio. Seguindo nesta toada os entrevistadores e o entrevistado deram ênfase especial à situação nacional durante os 21 anos de ditadura militar. O ministro tentou ao máximo ser sincero e político ao tocar no assunto, e como ele mesmo disse: “devemos tratar desta questão sem revanchismo, e sim com justiça”. Citou em uma de suas respostas o filme “Batismo de Sangue”, como referência a um documento/arte que caracteriza com competência os Anos de Chumbo. Foi abordado, também, o racismo, visto como violência social crônica e a questão dos direitos civis da união homossexual, tema que o Secretário propõe um plebiscito, assim como o aborto em casos específicos, ressaltando a cautela ao debater o assunto.
Paulo Vannuchi fez questão de destacar que o trabalho escravo foi norte em sua gestão, procurando sempre, com as políticas específicas, a erradicação total deste mal para uma sociedade moderna e democrática. Sendo esse o tema central de seu discurso em evento realizado na Assembléia Legislativa, que abordou os direitos humanos e o PNDH 3 - Plano Nacional de Direitos Humanos -. Essa (PNDH 3) foi pauta constante na entrevista, aliás, tendo a importância e a consolidação sempre ressaltada pelo ministro.
O ministro tratou da nova lei que proíbe castigos físicos à crianças com firmeza. Falou, desgostoso, da forma como a imprensa, de forma geral, analisou o tema em exposição. A exemplo do apelido dado pela mídia: “Lei da Palmadinha”. Ressaltando, ainda, que os futuros comunicadores (jornalistas) tenham compromisso e ética com as notícias, sempre levando em consideração os porquês de qualquer história e personagem.
Por fim, Vannuchi fez uma breve explanação da situação da política externa brasileira, em convergência com a situação mundial do direitos humanos, suas complicações, compilações e divergências.
