Natural de Garanhuns, Pernambuco, o entrevistado desta semana começou sua carreira ainda criança. No começo, apelidado de Nenê, tocava pandeiro no trio de irmãos Os Três Pingüins, ao lado do sanfoneiro Moraes e do mulê Valdomiro. O grupo mirim exibia-se nas feiras e portas de hotéis de sua cidade, quando foi ouvido por Luiz Gonzaga. O rei do baião, no auge, encantou-se por Dominguinhos (então com sete anos, em 1948) e prometeu apadrinhá-lo se ele fosse para o Rio, o que só aconteceria em 1954. O filho do mestre Chicão, já apadrinhado por Luiz Gonzaga, recebe nesta época uma sanfona. Anos depois, com o refluxo do baião, Dominguinhos passa a ter contato com outros gêneros musicais para tocar em gafieiras, churrascarias e boates.
No pós-tropicalismo, cantou ao lado de consagrados músicos, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa. Da origem humilde aos grandes palcos de todo o mundo, Dominguinhos levou ao universo da música não apenas o talento, mas a emoção e a capacidade de transformar idéias e conceitos em obras de arte. A bordo do instrumento que o consagrou, Dominguinhos consegue ser melodioso desde o lamento de dor até o incendiar de um forró cheio de dançarinos. Em sua longa discografia, ele compôs e gravou choros (Homenagem a Nazareth, Nosso Chorinho, Chorinho pra Guadalupe), além dos clássicos atemporais (A Maravilhosa Música Brasileira, 1982) e incontáveis temas para o forró.
Em sua participação no programa Xeque-Mate, Dominguinhos falou de sua trajetória na música, das dificuldades encontradas ao traçar sua carreira e causou polêmica quando falou sobre a nova geração do forró. Segundo ele, as novas bandas de forró gastam bastante dinheiro, principalmente em publicidade. “Esse tipo de forró tem muito dinheiro para festas. Eles fazem shows e gastam milhares de discos. Nós fazemos os cd´s para vender, eles são apoiados pelo ‘dinheiro’ e distribuem publicidade de graça”. Ainda no tocante às novas bandas, Dominguinhos elogiou a cantora Solange Almeida, da Aviões do Forró, ao dizer que ela é um fenômeno vocal, mas em contra partida fez críticas à má qualidade das letras de suas músicas. E também nos contou sobre o seu novo CD, que foi gravado no teatro SESC Pompéia – SP, em comemoração aos seus 50 anos de carreira. Sob a chancela da velas, o CD Dominguinhos ao Vivo traz a excelência do forró nacional em 25 músicas armazenadas em 16 faixas, contando inclusive com orquestra, trompete, trombone e violino.
O programa que irá ao ar nesta sexta-feira, dia 22, além de contar com a participação deste consagrado artista nacional, terá um gostinho especial, pois será a comemoração do aniversário de 7 anos do programa Xeque-Mate na TV Universitária! Então, você que acompanha o nosso programa, venha comemorar conosco e confira mais uma excelente entrevista!
Texto: Dayhenni Molick/Assessoria.
Fotos: Joyce Bezerra, Vinícius de Oliveira/Assessoria e Luciana Oliveira/Produção.
Programa Xeque-Mate: há sete anos, a melhor jogada das suas sextas-feiras, às 19 horas, na TVU!