Por Huldyana Paiva
Parece que foi ontem que um professor
idealista e inspirado propôs um projeto ousado. Emanoel Barreto, esse é o nome
do primeiro apresentador do Xeque Mate, que teve seu início em 24 maio de 2002.
O programa era exibido ao vivo, os
alunos sentados em uma espécie de arquibancada, o cenário montado com jornais;
esse era o palco onde entrevistados passavam sendo espremidos por perguntas
ferinas de ávidos estudantes e um apresentador sagaz.
Por ser ao vivo, qualquer pequeno
deslize se transformava em catástrofe e gerava um fervilhar nos estômagos
sofridos de quem estava no estúdio. Casos engraçados como uma crise de tosse
minutos antes de entrar no ar e parando no exato segundo do “boa noite”
inicial, são narrados com saudosismo pelo professor Emanoel.
E a “criança” foi crescendo. O projeto
amadurecendo. Muitos estudantes passando semestralmente por ele, contribuindo
e, em maior relevância, aprendendo. Apresentadores foram passando, tendo a
contribuição do professor Adriano Gomes, da professora Erika Zuza, e estando
atualmente sob a regência do professor Ruy Rocha.
Hoje o programa conta com oito entrevistadores
não fixos, mediados pelo apresentador Ruy Rocha. Os alunos também participam
das equipes de edição, produção, reportagem e assessoria. O programa é gravado
semanalmente nas sextas-feiras à tarde. É exibido toda sexta, às 19h30min, e
reprisado nas segundas-feiras ao meio dia.
Durante esses anos, o Xeque mate se
orgulha de ter entrevistado grandes nomes nacionais, como o do Ex-Vice
Presidente José Alencar, o candidato ao prêmio Nobel Miguel Nicolelis, e
importantes nomes da cultura potiguar, como Elino Julião, Chico Daniel, Valéria
Oliveira, Cristal, entre outros. Mas também dos “Josés” e “Marias”, que falaram
de suas ricas histórias de vida.
Friamente poderíamos definir o programa
como “um projeto de extensão do Departamento de
Comunicação Social da UFRN, realizado em parceria com a TV Universitária,
destinado ao exercício prático de produção de programas de entrevistas”.
Porém, mais que um projeto de extensão,
nesses 10 anos, o Programa Xeque Mate tem sido uma escola, uma família, uma
voz. Tem ajudado na formação de muitos alunos de Comunicação Social –
radialistas, jornalistas, e atualmente até publicitários – que por ele
passaram, aprendendo e atuando em todo o processo de feitura de um programa de
televisão, seja na produção, na edição, na assessoria, nas entrevistas; o aluno
é essencial no programa.
E o Xeque Mate se dispõe a ser a voz de
muitos que não podem falar. Tem levado informação e reflexão aos telespectadores,
tratando de assuntos de elevada importância social, não se esquecendo dos
anônimos, brasileiros de valor que ajudam a construir a história desse país.
E para aqueles que fazem e fizeram parte, na
frente das câmeras ou nos bastidores, fica sempre o frio na barriga, o desejo
de acertar e ser relevante. Fica o inestimável aprendizado da importância e
poder que a comunicação tem, da obrigação que temos enquanto comunicadores.
E que venham mais 10
anos. Muito melhores. Esse é o desejo de todos no assoprar das velinhas.