O programa Xeque-Mate desta semana apresentou o cordelista, xilógrafo, compositor e cantor Paulo Varela. Casado, pai de quatro filhos, este assuense também possui o título de Mestre da Cultura Popular.
O cordelista mantém o projeto Nordeste Andante, uma casa de taipa montada pelo próprio na qual vende sua obra e comidas típicas da região, e o 1º Centro de Tradições Culturais – Aldeia Velha, projeto que oferece cursos gratuitos de desenho, informática e música às crianças da comunidade. Já possui quase duas mil composições, dois discos gravados, um livro a ser publicado e faz uma média de 15 eventos por ano, tudo por meio de produção independente. Em seu “currículo”, há convites para eventos na França, Espanha e Portugal.
No começo de sua entrevista, Paulo falou sobre o cordel e a sua importância não só cultural, mas como também em outros meios, como, por exemplo, a educação. “O cordel está sendo utilizado como instrumento educacional”, disse. Também disse que acredita que o cordel ainda é uma boa mídia cultural. “O cordel não vai se acabar”, sentencia.
Depois passou a criticar a Fundação José Augusto, alegando que a mesma beneficia apenas ao próprio presidente, Crispiano Neto, que também é o autor do livro “Lula na literatura de cordel”. “Com o material de “Lula na literatura de cordel”, dá pra fazer mais de 50 cordéis diferentes”, disse. “A Fundação paga tanta gente para não fazerem nada”.
Em outro momento, o cordelista falou sobre a sua entrevista no Programa do Jô, exibido pela Rede Globo. Na época da entrevista, Varela não estava conseguindo encontrar espaço nacional para divulgar a sua obra, já que, segundo ele, não conseguia apoio dos órgãos governamentais responsáveis pela cultura. “Os bestas daqui do meu estado não me quiseram”, reclama. Após a entrevista no Programa do Jô, a sua carreira obteve uma projeção maior do que possuía. “Depois da entrevista do Jô, vendi 1800 discos”, disse.
No final da entrevista, Paulo “explicou” a sua gagueira. Diz ele que seu irmão, que era gago, foi morar com ele, que, na época, não era gago. Com o passar do tempo e da convivência, o irmão dele se “curou”, ao passo que ele foi “contraindo” gagueira.